XP Asset lança novo FII de crédito e Maxi Renda (MXRF11) amplia posições em ativos

18/11/2025
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XP Asset lança novo FII de crédito e Maxi Renda (MXRF11) amplia posições em ativos

A XP Asset encerrou o terceiro trimestre de 2025 com uma leitura otimista sobre o setor imobiliário, mesmo diante de um cenário global volátil e de juros historicamente altos no Brasil.


Durante apresentação de resultados dos fundos de crédito imobiliário e agro, o gestor Evandro Santos destacou que, apesar das incertezas ligadas às tarifas americanas e ao ritmo da economia global, “os ativos de risco performaram super bem, e o mercado imobiliário brasileiro segue surpreendentemente forte”.


O trimestre foi marcado por ruídos geopolíticos e pelo debate sobre uma possível bolha em empresas de tecnologia, impulsionadas pela inteligência artificial.


Maxi Renda reforça liderança entre FIIs da XP

Já o gestor André Masetti apresentou os resultados do Maxi Renda (MXRF11), principal fundo de crédito imobiliário da XP. O fundo encerrou o trimestre com patrimônio líquido de R$ 4,1 bilhões e mais de 1,3 milhão de cotistas, consolidando-se como o FII com maior número de investidores da B3.


A distribuição trimestral foi de R$ 0,30 por cota, equivalente a um dividend yield anualizado de 15,45%.


“O Maxi é um dos fundos mais líquidos da bolsa, com mais de R$ 10 milhões de negociações diárias”, destacou Masetti.

O portfólio conta com 77% em CRIs, 15% em fundos imobiliários, 7% em permutas financeiras e 1% em caixa, com rentabilidade média de IPCA + 10,4%.


Entre os investimentos recentes, o gestor citou o CRI JK Square, voltado a lajes corporativas AAA em São Paulo, e o CRI Flor do Sol, de perfil residencial.


No segmento de FIIs, o Maxi ampliou posições em ativos como LPLP11, XPHR11 e GARI11, este último descrito como uma “grande novidade” do trimestre.


Venda recorde e novo fundo da XP

Em São Paulo, principal termômetro do setor, o volume de vendas se manteve aquecido. “Nos últimos 12 meses, mais de 120 mil imóveis foram vendidos, e praticamente tudo o que é lançado é absorvido pelo mercado”, observou Evandro.


Esse desempenho motivou a XP Asset a lançar um novo veículo de investimento: o XB Habitat Senior SUV, fundo com patrimônio inicial de R$ 600 milhões voltado a operações de crédito imobiliário.


O trimestre também foi marcado por emissões expressivas e novos investimentos em lajes corporativas e empreendimentos residenciais. “Investimos em nomes como Flor do Sol Urbanismo, KSM e JK Square, um dos projetos corporativos mais sofisticados de São Paulo”, afirmou. No total, a gestora alocou cerca de R$ 400 milhões em novas operações e manteve seu foco em ativos de alta qualidade.


Política monetária e fiscal em direções opostas

O corte de juros pelo Federal Reserve nos Estados Unidos — o primeiro após um longo ciclo de aperto monetário — foi apontado como um dos fatores que ajudaram a sustentar os mercados de risco.


No Brasil, porém, o cenário segue mais restritivo. A taxa Selic permanece próxima de 15%, o maior patamar em quase duas décadas, o que limita novos cortes no curto prazo.


Mesmo assim, medidas fiscais do governo brasileiro têm injetado fôlego na economia. Entre elas, Evandro destacou a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil, política que deve beneficiar até 30 milhões de brasileiros.


Setor imobiliário resiliente e impacto das medidas governamentais

Apesar das altas taxas de juros, o mercado imobiliário mostrou vigor, especialmente nos segmentos mais populares.


O programa Minha Casa Minha Vida continua sendo o principal motor de vendas, agora reforçado por ajustes nas faixas de renda e preço dos imóveis.


“A criação de uma nova faixa de até R$ 500 mil para famílias que ganham até R$ 12 mil impulsionou ainda mais o setor”, explicou.


O gestor também citou a MP 303, que propõe taxar rendimentos antes isentos de fundos imobiliários e de infraestrutura, como um fator de volatilidade temporária. Mesmo assim, o impacto foi limitado.


“Nos fundos imobiliários, a reação foi mais contida do que em debêntures de infraestrutura”, avaliou.

Outro estímulo relevante foi a decisão do governo de elevar o teto de financiamento habitacional de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões em grandes capitais, medida voltada à classe média.


Perspectivas seguem otimistas

A XP vê espaço para crescimento no financiamento imobiliário via mercado de capitais. “Hoje, apenas 15% dos financiamentos vêm desse mercado; em países desenvolvidos, esse número chega a 70% ou 80%”, afirmou Masetti.


Ele acrescentou que o cenário de emprego formal e confiança do consumidor continua sustentando a demanda por imóveis, mesmo em meio aos juros altos.


Por fim, os gestores reforçaram o otimismo com o desempenho do setor e a continuidade dos investimentos.


“O mercado segue sólido, com fundamentos saudáveis e demanda consistente. Seguimos atentos, mas confiantes na força do crédito imobiliário no Brasil”, concluíram.

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